Data da última atualização desta página:
2 de dezembro de 2019
Data de início do Projecto:
Outubro de 2019
Investigadores Responsáveis:
Ricardo Macedo Abrantes (Aluno do 6º Ano do MIM, FMUL)
Paulo Nicola (Unidade de Epidemiologia, IMPSP, FMUL)
Entidade Financiadora:
GAPIC, FMUL
Colaborações e parcerias:
Registo Oncológico Nacional (RON)
IPO Lisboa
Breve descrição:
Na Europa, o cancro colorretal foi o 3º mais incidente nos homens, a seguir ao cancro da próstata e pulmões, e o 2º nas mulheres, a seguir ao cancro da mama. Na mortalidade ocupa a 2ª posição nos homens, a seguir ao cancro dos pulmões, e a 3ª posição nas mulheres, a seguir aos cancros da mama e do pulmão.
Nos países desenvolvidos a taxa de sobrevivência do cancro está a aumentar, em particular no caso do cancro do colon. E acompanhando o resto da Europa, existe em Portugal um aumento progressivo da incidência do cancro em geral a uma taxa constante de 3% ao ano, pelo envelhecimento crescente da população e modificação dos estilos de vida. Este estudo dirige-se aos novos casos de cancro do cólon que, em 2018, foram estimados em cerca de 10 270 pessoas em Portugal, tendo este cancro alcançado o 1º lugar na taxa de incidência no nosso país.
No entanto, e para um cancro com a relevância do cancro do cólon, a questão da existência e da magnitude do impacte entre o tempo até à cirurgia ou a quimioterapia adjuvante não está resolvida. A importância do tempo do diagnóstico até à cirurgia ou até à quimioterapia adjuvante no cancro do cólon não é menor. A organização dos serviços de saúde, articulação entre cuidados oncológicos, cirúrgicos, radioterapia e a criação de indicadores de qualidade destes cuidados (por exemplo, tempo máximos de resposta) estão baseados no pressuposto de que este tempo é um determinante fundamental. A este aspeto acresce tratar-se de um cancro que alvo de rastreio (cujo objetivo para Portugal é de atingir a cobertura nacional para 2020), e que o tempo de espera até ao tratamento é um dos aspetos mais valorizados pelos doentes recém-diagnosticados nesta situação.
Os estudos existentes apresentam um contributo limitado na proposta de recomendações (por exemplo para a definição dos tempos máximos), e na compreensão dos ganhos previsíveis na redução do impacto do tempo até à terapêutica.
Em Portugal, os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) estão definidos pela Portaria nº 253/2017 - Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos Utentes do SNA. As cirurgias programadas na doença oncológica estão divididas em 3 níveis: prioridade normal, prioritário, muito prioritário e urgência diferida. Os TMRG fixados são 60 dias, 45 dias, 15 dias e 72 horas, respetivamente26. Estes intervalos de tempo serão também avaliados em termos de impacte na sobrevivência no cancro do cólon.
Este projeto, já em fase de apreciação pela Comissão de Ética do IPO, usará dados fornecidos pelo Registo Oncológico Nacional. O Registo Oncológico é um registo exaustivo e integrado numa plataforma eletrónica e recolhe os dados de todos os doentes oncológicos diagnosticados e tratados em Portugal continental. Trata-se de uma organização rigorosa de dados clínicos, com dados de quase 50 000 casos de cancro por ano, permitindo uma investigação epidemiológica na área da oncologia ao nível das melhores realizadas internacionalmente.
Com base neste registo, o estudo tem por objetivo avaliar o impacte no prognóstico (sobrevida global) do intervalo de tempo entre o diagnóstico até à cirurgia, e desta até à quimioterapia adjuvante de todos os doentes com diagnóstico de cancro do colón desde 2010 até aos registos mais atuais (2019).
Objectivos:
O objetivo principal é examinar o impacte dos tempos diagnóstico–cirurgia e cirurgia-quimioterapia adjuvante na sobrevivência global do cancro do cólon.
Os doentes serão estratificados pelo estadiamento, obtendo-se as sobrevivências estratificadas por estadio.
Relativamente ao efeito do tempo diagnóstico-cirurgia/ quimioterapia adjuvante, é importante perceber:
• Se há limites críticos, a partir dos quais há perda de sobrevida;
• Se há um perfil de doentes com sobrevida mais sensível ao efeito do atraso no tratamento (ex: certos estádios, determinada idade, mutações específicas);
• Nos estadios sem impacte significativo na sobrevida, será importante determinar o grau de certeza a disponibilizar com segurança para um intervalo de tempo maior até à intervenção. Permitirá, por exemplo, melhor preparação dos doentes antes da cirurgia, especialmente importante nos mais idosos.
Documentos:
- Protocolo de investigação - Consulte aqui
Trabalhos planeados ou em desenvolvimento:
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